A descoberta da difração da luz

Ano Internacional da Luz 2015

Na escola aprendemos que a luz se propaga em linha reta, com essa afirmação conseguimos explicar vários fenômenos, por exemplo, a formação de imagens em espelhos. Porém, se a luz atravessar uma fenda muito pequena, notamos que a luz sofre desvios em relação à trajetória retilínea, ou seja, a luz chega até regiões onde deveria ter sombra se considerássemos a propagação retilínea. Esse fenômeno é chamado de Difração da Luz, e foi descrita pela primeira vez pelo físico e padre jesuíta Francesco Maria Grimaldi. A difração foi explicada por Grimaldi em seu livro intitulado como Physico-Mathesis de Lumine, Coloribus et Iride. ^[1]

http://gallica.bnf.fr/ark:/12148/bpt6k949217/f22.image

Francesco Maria Grimaldi (1618 – 1663) nasceu na Bolonha (Itália), entrou na ordem dos Jesuítas em 1632. ^[2] A ordem possibilitou que Grimaldi dedicasse grande parte de sua vida a Ciência. Grimaldi elaborou mapas lunares junto com outro jesuíta, o astrônomo Giovanni Riccioli, e criaram um sistema de nomenclatura das crateras da Lua que é utilizado até hoje. ^[3]

Veja também:

As crateras da Lua

Uma breve descrição da descoberta da difração da luz pode ser encontrada no texto do professor José Maria Filardo Bassalo que foi publicado na Revista Brasileira de Ensino de Física ^[4]:

 “Em 1665, no livro Physico-Mathesis de Lumine, Coloribus et Iride publicado após sua morte, o físico Italiano Francesco Maria Grimaldi (1618 – 1663) descreveu algumas experiências nas quais mostrou que a propagação da luz pode se realizar de uma quarta maneira (além das três tradicionalmente conhecidas a sua época: reflexão, refração e difusão) denominada por ele, então de difração”. Sua convicção a respeito desse novo fenômeno foi tão grande que o apresentou como proposição I desse seu livro e, a partir daí, passou a relatar algumas experiências que realizou explicando-as por intermédio desse novo fenômeno físico que acabara de descobri. Na descrição de uma dessas experiências, Grimaldi demonstrou que se um feixe de luz branca passar através de dois estreitos orifícios, situados um atrás do outro, e em seguida atingir um anteparo branco, haverá neste uma região iluminada além da que deveria existir se a luz se propagasse em linha reta. É como se a luz se “encurvasse” ao passar pelos orifícios, afirmou Grimaldi. (BASSALO, 1995, p. 294)

Mais tarde, outros cientistas importantes estudaram o fenômeno descoberto pelo padre Grimaldi, entre eles: Isaac Newton, Robert Hooke, e Fresnel que conseguiu explicar matematicamente esse fenômeno. ^[5]

Para saber mais, consulte as referências a seguir:

Referências:

[1] GRIMALDI, Francesco Maria. Physico-Mathesis de Lumine, Coloribus et Iride. Disponível em: <http://gallica.bnf.fr/ark:/12148/bpt6k949217/f22.image>. Acesso em 24 jul.2015.

[2] MEDEIROS, Carlos Fernandes. Só Biografias: Francesco Maria Grimaldi. Disponível em: <http://www.dec.ufcg.edu.br/biografias/FranceMa.htm>. Acesso em 24 jul.2015.

[3] VAZ TOLENTINO Observatório Lunar. Grimaldi e Riciolli: Pioneiros na definição da nomenclatura lunar. Disponível em: <http://www.vaztolentino.com.br/imagens/7002-Grimaldi-e-Riccioli-pioneiros-na-definicao-da-nomenclatura-lunar>. Acesso em 08 jun.2015.

[4] BASSALO, José Maria Filardo. Nascimentos da Física: Idade Renascentista (4-95-2). Revista Brasileira de Ensino de Física, vol. 17, n. 4, p. 284 – 295, dezembro, 1995. Disponível em: <http://www.sbfisica.org.br/rbef/pdf/vol17a36.pdf>. Acesso em 24 jul. 2015.

[5] BASSALO, José Maria Filardo. Fresnel: o formulador matemático da teoria ondulatória da luz. Caderno Catarinense de ensino de Física, Florianópolis, 5 (2): 79-87, ago. 1988. Disponível em: <https://periodicos.ufsc.br/index.php/fisica/article/view/9821/9052>. Acesso em 24 jul. 2015.

Temas relacionados: História da Ciência, padres cientistas, padres que se dedicaram a ciência, História da Igreja Católica, História da Física.